Retornando ao tema dos arquétipos, tenho algo interessante para compartilhar com vocês sobre a Perséfone contemporânea.
Uma paciente retornou à terapia e, ao final da sessão, me mostrou uma tatuagem que havia feito há algumas semanas: duas lindas romãs com as sementes à mostra! Ela havia comentado antes de dar uma pausa no processo terapêutico que estava pensando em tatuar o tal desenho. No entanto, não botei muita fé na história. Afinal, poderia ser apenas uma empolgação de se descobrir muito Perséfone… rsrsrs.
E, qual não foi minha surpresa ao ver a imagem das romãs ali no braço dela. Fiquei tão empolgada que pedi para tirar uma foto e perguntei se poderia fazer um texto sobre sua história. Ela prontamente disse que sim.
A teoria junguiana é algo que me dá um grande prazer estudar e me aprofundar. E, perceber o quanto todo esse processo reverbera nos analisandos é muito interessante e gratificante. Além da romã tatuada no braço, ela também me enviou uma foto do pé de romã que tem em frente da casa dela.
O detalhe da planta é algo que ela havia comentado durante uma sessão em que pontuamos o quanto o arquétipo da deusa Perséfone a estava influenciando de maneira um tanto negativa. Mas, eu nem me recordava desta informação. Quando ela comentou sobre a planta, acho que estava tão absorta em minhas teorizações que não dei a devida importância à informação.
Conto tudo isto para pontuar e exemplificar o quanto os arquétipos nos influenciam – como dito neste post anterior. O inconsciente pessoal é tão repleto de artimanhas que nos induz, ou à nossa mãe – como é o caso da paciente em questão – a plantar um pé de romã em nosso jardim. Como se a pequena árvore fosse um aviso de todo o processo que está se desenrolando no meio familiar: Perséfone e Deméter estão se sufocando e precisam passar pelo sequestro de Hades para romper o cordão que as sufoca.
No caso desta analisanda, o processo de ruptura está sendo feito de maneira consciente e saudável. A conscientização do seu mito foi uma mola propulsora para muitas mudanças positivas em sua vida. Claro que a mudança também traz sofrimento. Mas, tudo seria muito mais sofrido sem esta percepção e ela poderia passar uma grande parte de sua vida presa em uma Coré imatura e sem energia para tomar decisões sobre sua vida ou, até mesmo, poderia ficar presa no Hades, sem forças para completar a transição. Percebemos essas situações em garotas que, para se desvincularem de mães controladoras, acabam se envolvendo com drogas e álcool para experimentarem a sensação de liberdade e, depois, têm muita dificuldade de sair desta situação.
Como comentei neste post, no sentido de auxiliar pacientes que têm o arquétipo de Coré-Perséfone constelado, o terapeuta deve conduzi-las a lutar contra a passividade e tomar as rédeas da vida em suas mãos. Também é necessário trabalhar a dificuldade em decidir as coisas – algo que a Coré tem enorme resistência, pois ao escolher uma opção, ela elimina a outra possibilidade e isso causa muita angústia para as mulheres-Coré.
Se a paciente apresentar depressão e isto não for levado à sério, pode até levar à morte, pois a mulher tipo Perséfone tem acesso mais fácil ao mundo dos espíritos – pois, geralmente é médium, sabendo disso ou não, e tem enorme intuição. Se não for ajudada a sair dessa situação, pode entrar em psicose, ficando no mundo Avernal para sempre.
Caso queira ler mais sobre o assunto, acesse o livro “As Deusas e a Mulher”, de Jean Shinoda Bolen, na plataforma Scribd.
E você? O que seu inconsciente está mostrando sobre os arquétipos que estão constelados em sua vida? Quais recados ele está te dando?
Se você tem vontade de se conhecer melhor e entender seus processos psíquicos, entre em contato para agendarmos uma sessão. A terapia pode te ajudar muito!
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