Mas, aqueles olhinhos redondos e escuros como se fossem jabuticabas, o nariz rosado – sim, porque quando filhote ele era praticamente todo rosa, a barriguinha branca e aquele jeitinho de ‘pidão’ me seduziram e não consegui dizer “não” ao filhote de maltês que estava na gaiolinha do pet shop. Cheguei a ir ao local umas cinco vezes antes de “trazê-lo” para casa.
Acordava e já me lembrava dele. Puxa, como é que pode? Não sabia que existia paixão à primeira vista por cachorros. Então, pensava: “ah, ele é muito bonitinho. Essa hora já não está mais lá”. Mas, ele sempre estava lá, como se pedisse para que eu o tirasse daquela gaiolinha…
Eu sonhava com ele, pensava nele durante o trabalho e enquanto estava dirigindo. Faltava ao curso só para ver aquela fofura pulando de um lado para outro. E, abria páginas e páginas na internet buscando informação sobre cachorros malteses, apartamento e adestramento.
Então, contra tudo e contra todos, para acalmar aquela paixão, eu acabei trazendo o pequeno maltês para casa. Não prestei atenção ao que os irmãos falavam: “cachorro dá muito trabalho”. Nem ao que a mãe dizia: “você trabalha longe e chega tarde em casa. Quem vai cuidar desse cachorro se você passa o dia todo fora?” Tudo isso eram pequenos detalhes e eu só pensava naquelas orelhinhas rosadas e cheias de pelo!
Após alguma dúvida sobre o nome dele, que poderia ter sido Jhonny, Tico, Snow, Astor, ou qualquer outro, acabei achando que ele tinha uma carinha de Frederico. Não me pergunte porque, mas a pequena bola de pelos brancos virou Frederico. E, para brincar, eu o chamo de Fred, Fredie, Derico, Drico, Bebê, Beberebebê e por aí vai…. Quando estou com vontade de irritá-lo, ele vira Fred Flinstones, “seu” Barriga – por causa de sua pancinha gordinha – e vários outros apelidos que invento para brincar com o pequerrucho. Quando o pequeno maltês apronta, é Fre-de-ri-co mesmo!!!!
Toda essa “fissura” pelo filhote fez com que eu fizesse algo que não é o mais recomendado para quem quer ter um cachorro: comprei em um pet shop, sem procurar saber quem era o criador, como eram os pais dele e se o temperamento dele tinha a ver com o meu.
A primeira recomendação é: pesquise sobre a raça que você quer ter em casa. A segunda é: pesquise o criador e, se for comprar, compre de alguém responsável. Existem inúmeros pet shops que criam cachorras apenas para procriar e, quando elas não podem mais parir, abandonam a pobrezinha à própria sorte. Existem muitos casos de resgate de cachorras nessas condições – velhinhas e maltratadas e com sinais de que passaram a vida toda procriando para dar lucro a alguém irresponsável. A terceira recomendação é: procure saber se os pais são dóceis e se são saudáveis.
E, a quarta recomendação/dica, e a mais importante de todas: adote. Existem muitos cachorros abandonados que precisam de um lar e, em troca, eles vão te dar todo o amor do mundo. Eu não adotei o Frederico. Realmente, fui laçada pela indústria dos pets… Não que não tivesse procurado um cãozinho para adotar… Cheguei a pesquisar em algumas ongs para adoção, mas todos os cachorros que encontrei eram de grande porte – um tamanho complicado para quem mora em um apartamento pequeno. Mas, por outro lado, acredito que, na verdade, foi o Frederico quem me adotou…. Porque, realmente, foi amor à primeira vista.
Cachorros dão trabalho, sim. E, você tem que estar muito certo de que quer um animalzinho em sua vida, pois muda completamente sua rotina. Mas, vale muito a pena. Você pode ficar bravo, dar bronca e repreender e, três minutos depois, ele está ali do seu lado, pronto para mais um passeio, mais um carinho e mais uma aventura. Acho que isso é o que chamam de amor incondicional. Realmente, todos os cachorros vão para o céu!